segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Stranger: Secret Forest (K-Drama)

Interessei-me por esse dorama quando vi que a Bae Doo Na estava no elenco. Além de ela estar no elenco, saber que Stranger seria um drama sobre corrupção me chamou ainda mais a atenção. Como já disse várias vezes aqui no blog, eu adoro histórias policiais, de suspense e de ficção científica. Com certeza, não poderia ignorar esse drama depois de ler uma sinopse tão interessante. Mas o melhor de tudo é que não me arrependi, Stranger foi um dos melhores k-dramas de suspense que eu vi esse ano!

Título: 비밀의 숲/ Bimilui Soop/ Stranger - Secret Forest
Direção: Ahn Gil-Ho
Roteiro: Lee Soo-Yeon
Gênero: Drama, Suspense, Thriller
Publicação: K-Drama - 16 episódios (tvN | 2017)
Nota♥♥♥♥


Stranger: Secret Forest, drama coreano (2017)

Sinopse: Hwang Shi Mok (Cho Seung Woo) é um promotor que durante oito longos anos foi considerado o único promotor honesto em um sistema legal insanamente corrupto. Após uma série de assassinatos, ele se junta à fervorosa tenente, Han Yeo Jin (Bae Doo Na), que sempre se manteve fiel às suas convicções. Juntos, eles irão desvendar diversos segredos sujos por trás do sistema judiciário sul-coreano.




Tudo começa quando um suspeito de dar propina a promotores é assassinado na sua própria casa. O crime desperta o interesse de Hwang Shi Mok que acaba pegando o caso. À medida que dá sequência a investigação, novos elementos vão surgindo, tornando o quebra-cabeça muito mais interessante, entretanto, por descobrir coisas que não deveria, Shi Mok é afastado do caso, mas isso não o impede de realizar a sua própria investigação. Afastado do caso, Shi Mok é escolhido para encabeçar uma auditoria interna dentro do ministério a fim de investigar todos os promotores corruptos, no entanto, essa medida só servia para deixá-lo ocupado e longe do caso de assassinato. Após ser indicado para liderar essa auditoria, os colegas promotores veem Shi Mok como uma grande e perigosa ameaça, visto que Shi Mok é extremamente incorruptível.





A personalidade fria e distante de Hwang Shi Mok, que o impede de se relacionar normalmente com outras pessoas, também surge como um fator responsável pelo medo que os colegas sentem dele, afinal, se ele não demonstra empatia por ninguém, ele não mediria esforços em punir todos os corruptos dentro do sistema. A explicação para Hwang Shi Mok ser assim, surge na infância, quando ele foi operado para aliviar as fortes dores de cabeça que ele sentia. Entretanto, ao longo da cirurgia, ele teve parte de seu cérebro, responsável pelas emoções, retirada, além disso, seu problema também impede que ele manifeste de maneira espontânea seus sentimentos.





Sem ter em quem confiar, Shi Mok realiza seu minucioso trabalho de investigação com a ajuda de Han Yeo Jin. Como policial honesta e, de certa forma, feminista, ela será implacável em investigar a fundo todas as associações criminosas dos promotores com os chefes de polícia e lobistas, ainda mais quando ela descobre que alguns desses homens influentes dormiu com prostitutas menores de idade. Ao longo da investigação, não só ela fica chocada com os possíveis envolvidos, como também descobre o tanto de colegas corruptos que ela tem. E isso acaba revelando o quanto o sistema policial é podre, indecente e parcial, dependendo dos interesses dos envolvidos no esquema.





Vale salientar que esse dorama é um thriller de tirar o fôlego. Faz um tempinho que tinha assistido, mas só agora tive tempo e disposição de escrever sobre ele. Não irei me alongar na resenha pelo fato de ser um drama de suspense, então, qualquer coisa a mais que eu diga pode estragar possíveis surpresas. Ainda no dorama, vemos outros personagens importantes que funcionam como peças chaves para a solução dos esquemas de corrupção investigados por Shi Mok. Dentre os envolvidos na trama, podemos citar o promotor Seo Dong Jae (Lee Joon Hyuk), que tenta ao máximo se safar das suas acusações e a jovem e promissora estagiária que é promovida rapidamente à promotora efetiva, Yeong Eun Soo (Shin Hye Sun), que busca vingança pessoal.





Nenhum personagem é totalmente inocente. No início, muitas pessoas passam a nutrir desconfianças de Hwang Shi Mok por ele sempre estar a frente nas cenas dos crimes. Não só ele como a tenente Yeo Jin. Ambos passam a trabalhar em equipe, mas ainda assim é difícil para Shi Mok revelar suas verdadeiras intenções. Apesar de ser novata na Unidade de Crimes Hediondos, Yeo Jin é considerada uma policial super capacitada e ela servirá de grande ajuda para a resolução dos casos. Além disso, capturar o assassino em série torna-se primordial na investigação, no entanto, o que a morte de Park Moo Sung (Eom Hyo-Seop) revela é que existe algo muito mais perigoso e complicado por trás de tudo. Enquanto o promotor e a tenente correm contra o tempo para prender o assassino, eles irão aprender que estranhos são bem menos perigosos do que as pessoas que eles conhecem. Amei esse dorama, super recomendo!! Até a próxima e espero que vocês tenham gostado da sugestão.





K-Drama legendado em português:
Fansub: DramaFans (sem link)
Ver online: DramaFever; Netflix

sábado, 25 de novembro de 2017

Lip Smoke (Mangá)

Vale salientar que histórias entre colegiais e caras mais velhos não me atraem muito, mas vi na page do Mangás Space uma indicação sobre essa história, acabei me interessando por ser um mangá curto e eu estava à procura de uma leitura breve. Quando comecei a ler, me deparei com a gritante diferença de idade entre os personagens, o que me incomodou bastante, visto que é sempre complicado quando histórias assim apresentam um cara tão mais velho para ser o par romântico das nossas heroínas. Mesmo que ele seja sempre um gentleman com ela, na prática isso não existe, afinal de contas.

Título: リップ スモーク/ Lip Smoke
Mangaká: Nishikata Mai
Gênero: Drama, Romance, Shoujo, Slice of Life
Publicação: Mangá - 1 volume (2013)

Lip Smoke, da mangaká Nishikata Mai (2013-2015)

Sinopse: A jovem Setsuna Iwato é uma estudante colegial que trabalha como estagiária numa editora. Durante uma de suas atribuições, ela conhece o escritor de contos eróticos, Kazuki Seta. A priori, ela o tem como um tarado pervertido, até que acaba aceitando ajudá-lo a escrever suas histórias.



Se você gostaria de ver algum bom desdobramento sobre essa história, meio que é bom desistir dessa ideia. O mangá é bem curto, daqueles que você lê numa sentada. Além disso, a história é, de certa forma, satisfatória, todas as pontas são fechadas, não fica nada em aberto. Tudo termina de modo bem amarradinho.

Sobre os personagens, irei começar falando da Setsuna. A nossa protagonista tem apenas 16 anos e é uma guria cheia de atitude, daquelas que sabe muito bem o que quer e o que não quer. No início, quando ela conhece o senhor Seta, ela o acha um pervertido tarado que a qualquer momento poderia agarrá-la, entretanto, à medida que vamos lendo os capítulos, ela fica na expectativa de isso acontecer e ele não cruza o sinal.




A primeira impressão que nós temos do Kazuki Seta é a de um escritor que quase não sai de casa e que precisa ser puxado pela orelha para poder cumprir seus prazos com a editora. Quando Setsuna vai a sua casa, avisar-lhe sobre o prazo do seu trabalho mais recente, ela dá de cara com um escritor só de cueca, com o cabelo todo desgrenhado e ainda por cima, realizando o pagamento de uma acompanhante. Setsuna ameaça chamar a polícia, mas é impedida por ele, que depois acaba convencendo a moça a ajudá-lo a escrever seu próximo livro.

Com certeza, o ponto mais polêmico desse mangá é a gritante diferença de idade entre os personagens principais. Enquanto Setsuna tem apenas 16 anos e é aluna do segundo ano do colegial, Seta tem o dobro da sua idade e toda uma vida de experiências amorosas e sexuais nas costas. Mas vale salientar que apesar da grande diferença de idade entre eles, não existe uma idealização da relação amorosa entre os dois, mesmo tendo 16 anos, Setsuna é representada como uma garota bastante madura para sua idade, o que acaba impressionando Seta. 



Além disso, por ser um tema tabu no Japão, o relacionamento de adultos com estudantes, ainda é tema que atrai muito a atenção por atiçar o imaginário das pessoas. Entretanto, Lip Smoke não se encaixa como um daqueles shoujos de relacionamento proibido. A Setsuna não é uma idiota, nem uma lesada que se deixa levar. Ela decide que ama o senhor Seta e faz de tudo para que ele se confesse para ela. Se isso surte efeito ou se há alguma chance de eles ficarem juntos no final, só lendo para descobrir. Apesar dessa diferença entre eles, a história apresenta cada personagem de maneira bem detalhada, o que nos faz conhecer cada personagem muito bem e, de certa forma, somos cativados por eles. No mais, recomendo a leitura, mas espero que não esqueçam da diferença de idade entre eles! Até a próxima, amores... Kissu...


Mangá em português:
Mangás Space (download/ leitura online - completo)

Mangá em inglês:
MangaHere (read online - completed)

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Enciclopédia Animangá - Sukeban, as Gangues Femininas Japonesas dos Anos 70

Yoooo, minna!! Fazia bastante tempo que eu não postava nada na seção Enciclopédia Animangá, mas enquanto eu pesquisava algumas coisas por aí, achei por acaso uma matéria sobre as Sukeban. Como nem todo mundo conhece ou sabe do que se trata, resolvi falar um pouco sobre essas gangues femininas que aterrorizaram o Japão nos anos 70.



Nos anos 70, o Japão vivia uma época de terror provocada pela Yakuza e pelas Sukeban. As Sukeban eram garotas colegiais que escondiam facas, lâminas e correntes nas longas saias do seifuku (uniforme do tipo marinheiro, muito comum nas escolas japonesas). O surgimento das Sukeban se deu, porque:

"Na yakuza, as mulheres não têm autoridade e quase não havia membros do sexo feminino. Gangues de garotas que tenham existido antes era uma raridade na cultura geralmente sexista dominada pelos homens no Japão", explica o escritor Jake Adelstein, especialista em crime japonês. "O mundo estava falando de feminismo e libertação, e talvez elas sentissem que as mulheres também tinham o direito de ser tão estúpidas, promíscuas, viciadas em adrenalina e violentas quanto seus colegas homens".

As Sukeban cometiam pequenos crimes, como roubos e furtos, além de brigarem com gangues rivais. Como em todo grupo, existia um severo código de honra, que servia muitas vezes para punir as companheiras que roubavam o namorado da outra, etc. Para esse tipo de transgressão, a punição era feita com queimaduras de cigarro, que também servia para punir quem desrespeitasse outra integrante acima na hierarquia do grupo. Apesar de probleminhas com roubar o namorado da outra ou desrespeitar alguma companheira, elas eram extremamente leais umas às outras, mantendo em comum o ódio pelo mundo e pelas pessoas  no geral.



A Professora Doutora Laura Miller, da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, na época em que morou em Osaka (durante o auge do surgimento das gangues femininas no Japão), disse que admirava as Sukeban por elas se rebelarem contra as normas de gênero e de feminilidade mainstream, ela ainda lembra de vê-las:

"Andando por diferentes distritos, logo ficou claro que elas vinham de bairros de classe trabalhadora. Parecia que a rebeldia delas estava ligada ao fato de que elas sabiam que nunca se tornariam princesas de escritório ou a esposa adorável de um rico salaryman (espécie de executivo engravatado japonês)".

Identificar uma Sukeban não era difícil. Como todo grupo da subcultura japonesa, elas também tinham seu estilo próprio. Usando os uniformes escolares, modificados dependendo do estilo da gangue, suas roupas não passavam do inocente seifuku. Apesar de utilizarem o seifuku costumizado, elas faziam questão de usar saias longas como uma forma de protestar contra a hipersexualização das adolescentes na época (o que - infelizmente - não é muito diferente de hoje), lenços de escoteira sob a gola marinheiro e tênis Converse. O visual ficava completo quando elas usavam patches, botons e algum tipo de arma (tacos de beisebol, correntes, facas, etc.).



Vale salientar que o estilo Sukeban tornou-se icônico, inspirando uma série de filmes Pinky Violence (gênero de filme que retrata, na maioria das vezes, gangues de mulheres) e alimentando o imaginário de vários outros escritores e cineastas. Os filmes eram produzidos visando o público adulto e abrindo caminho para mulheres violentas nas telas dos cinemas. O ponto positivo de retratar as Sukeban nas telas era evidenciar a solidariedade feminina, embora extremamente radical, esse tipo de sororidade era incomum e impensável para a época e mais ainda para a história do cinema. 

"Elas se tornaram a representação das dicotomias sociais, culturais e políticas que a sociedade japonesa estava experimentando na época", diz Alicia Kozna (autora de Pinky Violence: Shock, Awe and the Exploitation of Sexual Liberation). "Num nível mais amplo e universal, a ideia de mulheres 'se comportando mal' sempre foi atraente para o público, especialmente porque é um desafio à maneira como as mulheres são universalmente ensinadas a agir. Ver esse tipo de resistência ao que é esperado é emocionante para muitos e até catártico para alguns".

Um dos maiores legados das Sukeban foi o fato de elas espalharem mensagens de empoderamento ou de terror, dependendo da sua posição na sociedade japonesa da época. Apesar de esquecidas, visto que material sobre elas no Japão é extremamente difícil de encontrar, foram elas que abriram caminho para as gangues colegiais femininas atuais poderem existir e se manterem firmes e fortes. De certo modo, é graças às Sukeban que as punks Yanki e as motoqueiras Bousouzoku podem rodar "livremente" pelo Japão com toda a sua barulheira.



O apagamento das Sukeban não é um processo aleatório ou natural. A grande produção cultural sobre elas, desde filmes, animes, mangás e até material pornográfico, existiam aos milhões, entretanto, a escassez e a raridade de encontrar evidências sobre a existência delas só reforça o horror que muitos tinham/têm dessas garotas. Adolescentes da classe operária, em plenos anos 70, subvertendo a ordem e os costumes não era algo com o que a maioria das pessoas poderia se acostumar. Além disso, embora haja pontos negativos sobre elas, afinal, elas cometiam pequenos delitos dentre outras coisas, é válido salientar que elas representaram um dos movimentos femininos mais solidários entre mulheres que já existiu no Japão.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Double Tone Two Yumi (J-Drama)

Para ser sincera, eu deveria estar concluindo Ode to Joy e postando a resenha de Stranger - Secret Forest, porém, cá estou eu falando de um outro dorama que eu nem pretendia assistir, mas que acabei me esbarrando nele depois que a minha assinatura no DramaFever venceu - risos. Se você é daqueles que está um pouco cansado de doramas coreanos all ever time, essa postagem é para você.

Título: ダブルトーン~2人のユミ~/ Daburuton~2nin no Yumi/ Double Tone Two Yumi
Direção: Miki Koichiro
Roteiro: Kajio Shinji; Yamamoto Akari 
Gênero: Drama
Publicação: J-Drama - 6 episódios (NHK | 2013)
Nota♥♥♥♥

Double Tone Two Yumi, drama japonês (2013)

Sinopse: Num belo dia, inexplicavelmente, Nakano Yumi (Nakagoshi Noriko) começa a sonhar com uma mulher que ela nunca viu antes. Mas não apenas ela, como a própria mulher do sonho, Tamura Yumi (Kurotani Tomoka) começa a sonhar com Nakano. O que elas ainda não sabem é que o dia a dia de Tamura Yumi que Nakano tem sonhado se passa em 2011 enquanto o cotidiano de Nakano que aparece nos sonhos de Tamura se passa em 2013. Mas por que essas duas mulheres que nunca se conheceram na vida começaram a ter esse tipo incomum de ligação?

Esse dorama estava salvo no meu computador há um tempinho, mas eu não tinha tido coragem ou vontade ou qualquer coisa para começar a vê-lo. Mas eis que eu acabei encontrando ele numa das pastas de arquivos e resolvi assistir. Sinceramente, não esperava que fosse me deparar com uma história interessante e diferente de tudo que estou acostumada a ver. Os doramas japoneses não têm o mesmo "glamour" dos doramas coreanos, o que faz com que muita gente torça o nariz, mas essa história vale a pena ser assistida.

Nakano Yumi e Tamura Yumi passam a compartilhar entre si sonhos sobre o dia que cada uma teve. Entretanto, embora estejam no mesmo mês (abril), ambas vivem em momentos distintos uma da outra. Tamura Yumi é uma jovem dona de casa dedicada ao marido, Tamura Youhei (Yoshizawa Hisashi), e a sua filhinha de 3 anos. Ela tem um trabalho de meio período num escritório de contabilidade, o que ajuda nas despesas, mas gera diversos desconfortos na dinâmica do seu casamento. Youhei não ajuda em nada e faz com que Yumi fique extremamente sobrecarregada e insatisfeita. 

Para resolver a situação, Tamura Yumi pede conselhos a sua velha amiga, Arinuma Ikuko (Tomochika). Entretanto, o que ninguém poderia imaginar é que as pequenas coisas que Yumi vai sonhando do que Nakano descobre sobre ela e sobre sua possível morte dentro de alguns dias, a faz repensar sobre suas atitudes. Mas será que Tamura Yumi será capaz de descobrir detalhes de sua morte pedindo a ajuda de Nakano Yumi? Será possível Nakano salvar Tamura mesmo depois de dois anos de seu falecimento? E os sentimentos que Nakano passa a nutrir pela família de Tamura? Para responder a todas essas perguntas, você precisa assistir a esse dorama!! Uma história envolvente que faz você querer saber o que vai acontecer e por que elas passam a ter essa ligação. Super recomendo!! Vale muito a pena dar uma chance para essa história. Até a próxima, meus amores...



J-Drama legendado em português:
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