quarta-feira, 24 de junho de 2020

Niji, Amaete yo (Mangá)

Os mangás da Aoki Kotomi costumam ser muito interessantes, de alguma maneira, eles sempre tratam de assuntos um pouco incomuns ou polêmicos. Com esse mangá não seria diferente e confesso que muito me agradou ver uma protagonista representando tantas dúvidas e receios que toda mulher com certeza entende o que é passar por isso, infelizmente.

Título: 虹、甘えてよ。/ Niji, Amaete yo/ Niji, Lean on Me
Mangaká: Aoki Kotomi
Gênero: Comédia, Drama, Romance, School Life, Shoujo
Outros Títulos: Boku wa Imouto ni Koi wo Suru (2003)
Publicação: Mangá - 8 volumes (2017 - em andamento)

Niji, Amaete yo, da mangaká Aoki Kotomi (20017 - em andamento)

Sinopse: Niji, Gaku e Hiyori tornam-se amigos graças ao judô. Apesar de ser durão e de ter um aspecto meio sombrio, Gaku só baixa a guarda quando Niji o ataca, no entanto, ele esconde a sua paixão por ela comparando-a a um animal. Hiyori sempre foi muito perceptivo e, embora também esconda seus sentimentos, tudo fica confuso quando vários mal entendidos tomam conta da situação: um triângulo amoroso que você nunca viu e um acontecimento que irá mudar definitivamente a relação desses três.

O mangá ainda está em lançamento no Japão e li apenas até o capítulo 13, por isso tentarei falar o máximo possível para deixar as coisas claras, mas sem soltar muitos spoilers. Niji é faixa preta em judô e, pelo que pude ver, é a única garota do clube de judô, tanto que é chamada de princesa, o que faz Gaku revirar os olhos. Hiyori e Niji já eram amigos muito antes de conhecerem Gaku, mas depois que os três se conhecem, passam a andar juntos para cima e para baixo. Tornam-se um entidade inseparável, até um certo momento.

Hiyori diz a Gaku que vai se declarar para Niji e pede para que o amigo apareça nessa hora. Gaku entra em parafuso e não fica para saber o que Hiyori ia dizer a Niji. Por causa disso, ele passa a interpretar tudo errado e supõe que Niji e Hiyori estão namorando. Ferido e magoado, ele vai embora deixando Niji ir para casa sozinha à noite. Sinceramente, mesmo que indiretamente, Gaku acaba tendo responsabilidade com o acontece à amiga, já que ele poderia tê-la acompanhado até em casa, mas preferiu ser um babaca.



No dia seguinte, Niji chega atrasada na escola e toda cheia de curativos. Ela diz a todos que foi atacada por um tarado, mas que conseguiu se livrar dele depois de entrar em luta corporal com ele. Apesar de fingir estar bem, esse acontecimento faz com nossa heroína fique emocionalmente abalada e ela perde totalmente a sua confiança, passando a ter medo de se aproximar de homens, o que afeta significativamente sua relação com Gaku. Mas será que ela vai conseguir superar isso logo? Gaku vai ser capaz de ser alguém em quem Niji pode se apoiar?

Eu recomendo esse mangá porque ele traz uma discussão muito importante. Niji foi atacada por um cara que se ela não tivesse nenhuma noção de defesa, poderia ter sido estuprada ou pior. Mesmo sendo faixa preta, Niji perdeu toda a sua confiança, o que demonstra que independente de a mulher ser faixa preta no 10º dan, ser atacada sexualmente sempre causará traumas difíceis de superar. Além disso, não é porque Niji não foi estuprada que o trauma é menor. Ela teve seu corpo violado, seu direito sobre suas decisões, então, acredito que essa discussão é muito válida, já que nós sabemos que é bastante recorrente encontrarmos, em alguns mangás, garotas adolescentes serem assediadas no metrô, por exemplo.


Mangá em português:
Dimichan - ler online (capítulo 13, volume 4)

Mangá em espanhol:
Whitelies Fansub - descarga (capítulo 13, tomo 4)

Cerimonial Pirata (Mangá)

Enquanto eu estava procurando outra coisa, achei esse site por acaso. Apesar de os traços não serem os mais bonitos, a história me interessou bastante e eis que eu estou aqui para falar um pouco sobre esse mangá brasileiro criado pela Maki (suponho que seja ela). Se você gosta de histórias sobre piratas, moças indefesas e heranças, tá aqui uma ótima sugestão.

Título: Cerimonial Pirata
Roteiro/ Arte: Maki
Gênero: Drama, Pirata, Romance, Shoujo
Publicação: Mangá  - 1 volume (2013 - em andamento)

Cerimonial Pirata, mangá da Maki (2013)

Sinopse: Monique Cruz é a filha bastarda de uma família muito rica, entretanto, quando seu avô morre, o seu tutor, Hector, tenta matá-la antes de seus 18 anos para ficar com a sua herança. No entanto, os planos de Hector são frustrados quando Tadeu Bennert aparece a não só salva Monique como também passa a protegê-la.

Monique passou toda a sua infância sendo maltratada pelas pessoas por ser uma filha bastarda. Apesar de sua origem nada lisonjeira, ela é herdeira de uma grande fortuna, o que desperta o interesse de muita gente para que ela desapareça da face da Terra. Mas enquanto seu avô estiver vivo, ninguém tem coragem de levantar um dedo para fazer isso, no entanto, isso não impede que ela seja tratada como uma escória da sociedade.




Após a morte de seu avô, Monique fica sob os cuidados de Hector, seu tutor desde que ela era criança. Mesmo sendo a única pessoa mais próxima de uma família que ela tem, seu tutor não sente o mesmo por ela, planejando assim o seu assassinato. O plano tinha tudo para dar certo se Bennert não aparecesse. Ele não só salva Monique da morte como a leva para o seu navio. Ainda sem entender muita coisa, Monique se vê aos cuidados de um homem gentil e atencioso. O que ela não sabe é que mesmo sendo o seu salvador, ela não pode confiar em qualquer pessoa.

Eu achei a história muito interessante. Espero que os próximos capítulos sejam lançados, pois agora quero saber se o Bennert realmente é um pirata do mal e se a nossa ingênua e indefesa Monique será capaz de um dia poder se defender sozinha. Embora os traços não sejam tão bonitos há muito esforço e dedicação neles, além disso, a história é muito legal e vale a pena conhecer. Recomendo bastante que vocês leiam! Até a próxima e vamos dar mais atenção aos mangás criados por amantes desse gênero.



Mangá em português:
Cron Pirata - ler online (capítulo 9, volume 1)

Otome no Itari (Oneshot)

Estava aproveitando que hoje é feriado onde eu moro e fiquei procurando algo curtinho para ler e adivinhem, me deparei com essa história super fofa da Sakisaka Io. Apesar de parecer um mero shoujo escolar, não é apenas uma história bobinha, a nossa protagonista levanta alguns questionamentos que até mesmo nós - "adultos" - sequer refletimos sobre, ou raramente pensamos sobre isso.

Título: 乙女のいたり/ Otome no Itari/ The Height of a Maiden
Mangaká: Sakisaka Io
Gênero: Romance, School Life, Shoujo, Slice of Life
Outros Títulos: Blue (2006); Strobe Edge (2007); Ao Haru Ride (2011); Omoi, Omoware, Furi, Furare (2015)
Publicação: Oneshot (2020)

Otome no Itari, da mangaká Sakisaka Io (2020)

Sinopse: Kashiwagi Kohane é uma garota gentil e que se preocupa com as outras pessoas de um modo geral. Entretanto, por trás de toda essa gentileza, se esconde uma menina que tem medo de dizer o que sente ou o que gosta para não se tornar a decepção de alguém. Ela poderia continuar levando a vida desse jeito, até conhecer Kiryu-kun e ver suas crenças sobre isso desmoronarem.

Kohane é nova na escola e mesmo sendo novata, ela já percebeu que Kiryu-kun não é muito de se enturmar. Ele está sempre sozinho lendo algum livro na mesa dele ou desaparece na hora do almoço. Curiosa e se sentindo mal educada por ter negado uma gentileza dele, Kohane decide se desculpar e descobrir para onde ele vai toda hora do intervalo. 

Para sua surpresa, ela não era a única pessoa perspicaz da história. Kiryu percebe que ela o está seguindo e a questiona sobre o motivo disso. É a partir daí que os dois começam a ter uma ligação.

Kiryu é um jovem leitor e passa a maior parte do seu tempo livre lendo. A relação dos dois começa a girar em torno dos livros e de recomendações de leitura, até Kohane perceber que está apaixonada por ele, mas tem um problema, suas amigas não gostam do rapaz e fazem um julgamento errôneo e precipitado da personalidade dele. Será que Kohane vai ter coragem de ir contra as amigas?

Quem olha assim, parece algo bem bobo, mas acredite, não é. Enquanto eu lia a história, pude ver que as dúvidas da Kohane são muito pertinentes. Quem aqui não se importa nadinha com o que as outras pessoas pensam de você? Quantas pessoas são como Kiryu que não estão nem aí para isso? Quantas pessoas realmente têm coragem de dizer algo que vai magoar profundamente aqueles que amamos? Claro que o nível de complexidade aqui não é esse, mas pode ser um ótimo ponto de partida e sem mencionar que os traços são lindos e a Kohane e o Kiryu são muito fofos juntos. Recomendo a leitura! Até a próxima...


Oneshot em português:
Dimichan (ler online - completo)

segunda-feira, 22 de junho de 2020

A Promessa (HQ)

Yooo, minna-san, como vocês estão? Apesar da quarentena, não estou tendo tanto tempo livre como antes, minhas aulas começaram desde o dia 8 desse mês e tem sido um pouco difícil conciliar tempo para ler as coisas que me interessam e fazer as minhas obrigações, entretanto, cá estou eu para falar sobre um spin-off, digamos assim, da história de Avatar - a lenda de Aang.

Título: The Promise/ A Promessa
Roteiro: Bryan Konietzko, Gene Luen Yang, Michael Dante DiMartino
Arte: Dave Marshall, Gurihiru
Gênero: Aventura, Fantasia
Publicação: 3 capítulos (2012)

A Promessa - continuação de Avatar - a Lenda de Aang (2012).

Sinopse: Um plano para forçar os colonos da Nação do Fogo a saírem de suas casas no Reino da Terra levou o Senhor do Fogo Zuko e o Rei da Terra Kuei à beira da guerra. Enquanto Aang e Katara trabalham incansavelmente pela paz entre as duas nações, Sokka ajuda Toph a preparar sua escola de dominação de metal para se defender contra uma classe rival de dominadores de fogo! Aang será capaz de trazer paz a tempo, ou sua amizade com Zuko será destruída e o mundo mergulhará de volta na guerra? [Retirado de Mundo Avatar].

Quem assistiu a Avatar - a Lenda de Aang deve se lembrar de que apesar de derrotar o Senhor do Fogo Ozai, muita coisa ficou sem conclusão na história, até porque mesmo que a guerra acabe, ainda se tem muito o que fazer no pós-guerra. Desse modo, A Promessa surge como uma continuação da Lenda de Aang, mostrando os reinos do Fogo e da Terra após a guerra e quais as consequências desses 100 anos de conflitos entre essas duas nações.


Após o fim da guerra e da coroação de Zuko como Senhor do Fogo, Aang e o amigo decidiram dar início ao processo de harmonização entre as nações, projeto esse que consistiria na retirada dos colonizadores da Nação do Fogo das colônias de volta para a pátria mãe. Entretanto, o que tinha tudo para ser uma solução simples, na prática mostrou-se bastante delicada, quando os colonos e a resistência passam a disputar o direito de viverem em Yu Dao, a primeira colônia que a Nação do Fogo criou na Nação da Terra.

O interessante dessa história é que Yu Dao representa o que no final acaba acontecendo numa colônia, colonizador e colonizado passam a estabelecer relações sociais e até mesmo, em determinadas situações, vínculos afetivos e até sanguíneos. A meu ver, Yu Dao surge como uma analogia à miscigenação, mas ao invés de falar da cor da pele, aqui existe a disputa pela soberania de a qual nação pertence Yu Dao, entretanto, é aí que surge o impasse, Yu Dao não é mais a mesma de há 100 atrás, em que o povo da Terra e o povo do Fogo não estavam "misturados", agora, existe uma nova realidade: dobradores de fogo e dobradores de terra aparecem como membros da mesma família, a exemplo da família do Governador da colônia. Ele é um dobrador de fogo casado com uma dobradora de terra e a filha é uma dobradora de terra. Ou seja, não existe mais nações separadas, pois a filha desse casal representa pertencer às duas nações.

A priori, Aang insiste em seguir com o plano da Harmonia, mas Zuko decide desistir, o que faz com que o Rei do Reino da Terra tome a decisão precipitada de expulsar os colonos à força, enviando assim seu exército para esse fim. Tomando conhecimento dessa atitude, Zuko decide enviar seu exército para defender o seu povo. E aí surge o impasse: será que uma nova guerra vai começar? Será que Aang terá que cumprir a promessa de destruir Zuko por ele estar se opondo ao processo de Harmonia?

O questionamento que essa HQ traz é muito interessante e coloca em xeque diversas discussões. Há 100 anos, Yu Dao pertencia ao Reino da Terra, mas durante os 100 anos da guerra, tanto dobradores de Terra quanto dobradores de Fogo cresceram e formaram família por anos e anos, criando uma nova configuração social. A filha do Governador de Yu Dao é o exemplo mais significativo disso, pois ela tem orgulho de ser dobradora de Terra assim como tem orgulho de pertencer à Nação do Fogo pela linhagem de seu pai. Como expulsar os colonos se no meio deles também há dobradores de Terra? Essa harmonia traria de fato a paz a Yu Dao ao separar familiares e amigos?

Recentemente, eu reassisti a Avatar - a Lenda de Aang e fiquei bastante curiosa para saber o que aconteceu com os personagens do "Time Avatar". É uma pena que não se tenha planos de a Nickelodeon fazer uma animação dessa série, mas vale a pena ler a HQ e entender que mesmo depois da guerra, a paz não vem sozinha e a intolerância pode ser um grande problema. Aang precisa lidar com esse dilema, pois ao querer separar todas as nações no seu "devido lugar" ele se esquece de que isso seria o mesmo que separá-lo de Katara, afinal, embora eles se amem, eles pertencem a nações distintas e como o Avatar, tendo de lidar com uma nova realidade, ele precisa tomar as decisões mais acertadas para todos. Ah, e para quem sentiu falta de saber o que acontece com a Azula no final do "anime", a continuação de A Promessa, intitulada A Busca, traz um arco inteiro sobre ela ao lado de Zuko à procura da mãe. Já estou ansiosa para ler!! No mais é isso, espero que vocês tenham gostado da postagem e até a próxima... Kissu...


HQ em português:
Mundo Avatar (ler online - completo)
 

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